A influência da
educação básica pela opção da prática dos
integrantes da
Companhia de Dança UNESC, de Criciúma, SC
Marlon Flor e Francine
Costa de Bom
Resumo
O estudo tem como
objetivo geral: Identificar a influência do conteúdo dança no ambiente escolar
na prática cotidiana dos integrantes da Companhia de Dança Unesc.
Uma pesquisa de caráter qualitativo e com amostra intencional. Para coleta
de dados foi utilizado como instrumento um questionário com duas perguntas
abertas e uma fechada. Constatou-se um balanço positivo e negativo, em
que pela maioria, afirmou-se uma real influência do conteúdo dança escolar
na opção das suas praticas corporais cotidianas. E por uma menor parte (próximo
a metade) o contrário foi constatado.
Introdução
Desde 2000, aos meus 13 anos de
idade, me descobri como bailarino, participando de um grupo de Danças Urbanas
em uma instituição filantrópica que abrigava adolescentes em conflito com a
lei, a Fundação Casa do Caminho. Reconheço que minha trajetória e escolhas
foram muito influenciadas pelas oportunidades que me foram dadas na infância,
nos vídeos que assistia pela televisão, observando meus irmãos que são
dançarinos e principalmente na escola de Educação Básica, onde nas series
iniciais do Fundamental I participei de algumas apresentações com minha
professora de Educação Física.
Recentemente, no estágio
obrigatório do curso de Licenciatura em Educação Física da Unesc, ministrei o
tema cultura hip hop e percebi um grande interesse dos alunos pela
dança, contudo muito retraídos e visivelmente envergonhados, pois em poucas
ocasiões ou até mesmo nunca haviam experimentado essa manifestação cultural em
dança.
De forma geral, a dança
caracteriza-se pela arte de mover o corpo e tem importância fundamental nos
dias de hoje, como forma de expressão é indispensável para tornarmos críticos e
participantes em sociedade. Lima (2010).
Segundo Nanni (2003) desde
tempos remotos a dança como necessidade humana surgiu da necessidade de
manifestar a comunhão do homem com a natureza e seus Deuses.
Pensando a dança como uma
manifestação humana, entende-se que a dança é uma maneira de vivenciar a
corporeidade, incorporando o sensível e o racional, o pensamento e a ação no
ser que dança. Barreto (2008, p. 75) salienta a respeito dessa questão:
"Sobre a dança, sei que apenas preciso muito dança-la, senti-la e fruí-la
para incorporar este sentido que tanto busco para o ato de dançar. Refletir
sobre ela me conduz a um universo tão vasto de informações que, ás vezes, me
perco pelas tentativas de conceituá-la, de conhecer suas formas de expressão,
técnicas, movimentos estéticos, história, enfim, perco-me nesta imensidão de
conhecimento que permeia a dança."
Questionamentos que já vêm de
tempos em estudiosos da área da dança, nos remete a importância da presença da
dança em nossas unidades de ensino. Barreto (2008, p. 65), aponta quatro
questões sobre dança na escola: “por que ensinar dança na escola?; O que
ensinar sobre dança na escola?; Como ensinar a dança na escola?; Você acredita
que seja possível iniciar um dançarino na escola?”. E também o de Marques
(2007a, p. 18) “Como trazer a dança para a escola básica sem que se torne uma
disciplina a mais no currículo, esmagada pelos horários, pela falta de
infra-estrutura, pelo despreparo dos professores, pela falta de motivação dos
alunos?”
Segundo Marques (2007a, p. 38)
“A necessidade de valorização da arte como forma de conhecimento indispensável
ao ser humano é, para mim, inegável e inquestionável.” A autora salienta que
toda criança/adolescente tem direito de dançar. E com a dança como disciplina
obrigatória nos currículos escolares, não mais somente os privilegiados
pertencentes a elite teriam exclusividade a esse direito. E assim sendo direito
humano pertencente e dado a todos.
Em 1996, a nova Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) do Brasil instituí o ensino obrigatório de Arte em
território nacional “o ensino da arte constituirá componente curricular
obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o
desenvolvimento cultural dos alunos” (LDB 9394/96 Art. 26 - § 2º).
E no ano seguinte, em 1997,
foram publicados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que incluem, pela
primeira vez na história do país, a dança como conteúdo em seu leque de
disciplinas. Em Artes como dança e em Educação Física integra o bloco de atividades
rítmicas e expressivas.
Sendo assim, fato inquestionável
e um privilegio, a escola poder ter como instrumento de trabalho, a dança, não
podendo ser mais tachada como os momentos das “festinhas de fim-de-ano”
(Marques, 2007a).
O olhar que uma escola
tradicional tem sobre a dança, muitas vezes é de medo, pois vêem a
representação de um risco para o seu modelo de educação formal, já que a dança
continua sendo uma desconhecida da escola. Marques (2007b, p.21) cita que
“propostas com dança que trabalhem seus aspectos criativos, portanto
imprevisíveis e indeterminados, ainda "assustam" aqueles que
aprenderam e são regidos pela didática tradicional.”
É comum observarmos a dança na
escola sendo mascarada muitas vezes pelos próprios professores com outras
nomenclaturas “"expressão corporal", "educação pelo/do
movimento", "arte e criação", "movimento e criação",
etc. para que assim mais alunos(as) tenham acesso a ela. E são muitos os pais
de alunos, e os próprios alunos, que ainda consideram a dança "coisa de
mulher". Uma visão deturpada de gêneros ainda maior se olharmos o Brasil,
sendo um país com inúmeros grupos e trios elétricos dançantes de carnaval
formados majoritariamente por homens. (Marques,2007a).
Por esse motivo é importante
refletirmos a respeito da espontaneidade da criança que aos poucos vai
recebendo conceitos socialmente construídos. Ou seja, “Quando criança é de
nossa necessidade mover-nos e expressar nossa vontade de “rir, chorar e
brincar” (Fux, 1983, p. 67). Porém, na medida em que crescemos devido aos tabus
de uma civilização que corrompe o expressar do indivíduo, perdemos cada vez
mais o desejo de nos movimentar.
Strazzacappa (2001) diz que
a dança raramente está presente no ambiente escolar. Nessa visão, podemos
perceber que a dança dificilmente é tratada na escola. São inúmeras as mazelas
encontradas no espaço educacional. E que na maioria das vezes se deve ao
despreparo do professor para realizar tal tarefa.
Essa falta de conhecimento
presente nos professores frente ao conteúdo de dança nas escolas de acordo com
Marques (2007b) perpassa as questões de gênero, preconceito e aprofundamento
sobre o que realmente a dança representa. Fato que nos grupos de danças
amadores ou profissionais que estão desvinculados da educação básica, não se
faz presente. Ali reúnem-se pessoas que procuram viver a dança na sua essência.
Em grupos de dança, ou companhia
como é o cerne da nossa pesquisa (Companhia de Dança Unesc) é comum o estudo
aprofundado da dança para que se compreendam como dançarinos.
O processo de aprendizagem da
dança acadêmica implica a construção de corporalidades e também de
subjetividades que constituem a experiência corporal mais ampla de boa parte
dos bailarinos contemporâneos de nossos tempos. (Neves, 2013, p. 230).
Segundo Neves (2013). É por meio
dessa educação sistemática, repetitiva, de passos programados que o(a)
dançarino(a) torna seu corpo virtuoso, flexível, disciplinado e calculado.
Aprendendo o domínio técnico do corpo, despertando sensações de segurança
prazer e liberdade.
Os estudos e pesquisa de Neves
(2013) identificou quais os elementos de sedução mais significativos que
justificam compensar os martírios e as penitências do corpo em levar adiante
esse projeto de vida (a de ser um dançarino). Alguns fatores principais,
mais precisamente, aqueles que mobilizam bailarinos amadores ao ingresso, à
permanência e à devoção dessa prática na sua dimensão profissional.
Neves (2013) concluiu que
tornar-se bailarino é fazer da construção das corporalidades e subjetividades
secretas à dança, fabricadas e sentidas na rotina dessa profissão. E cujo
sentimento extremo de transcendência se opera no palco, porque em cena é
possível fazer coisas que não se faz na vida.
Outra rotina presente no
cotidiano dos dançarinos são as experiências de palco, ou seja, o preparo para
a exposição artística da sua arte.
“A música alta e contagiante
desperta os bailarinos que começam a se movimentar agitando-se entre o ar e o
chão, entrelaçando-se, saltando, segurando-se, correndo, atirando-se no
tablado, rodopiando, desenhando formas precisas, rápidas e interativas que
transmitem aos espectadores a emoção física e mental que toma os corpos no
instante da atuação.” (Neves, 2013, p.212).
Ainda segundo Neves (2013) é no
palco, dançando, que esses jovens artistas experimentam a transcendência da
dança. Essa experiência limite, que é considerado por boa parte dos bailarinos
entrevistados o “momento mágico” que faz valer à pena a profissão.
Portanto, objetivo do presente
estudo concentra-se em: Identificar a influência do conteúdo dança no ambiente
escolar na prática cotidiana dos integrantes da Companhia de Dança Unesc.
Também são objetivos específicos: (1) identificar as vivências em dança no
ambiente escolar dos integrantes da Cia Unesc, e (2) relatar o posicionamento
crítico dos integrantes da Cia Unesc em relação as suas vivências com os
conteúdos de dança no ambiente escolar.
Metodologia
A metodologia da pesquisa
encaminhou-se por um estudo social de caráter qualitativo e descritivo.
Portanto não se baseia no critério numérico para garantir sua
representatividade (Minayo, 2000).
A pesquisa também configura-se
como um estudo de caso. Já que é muito frequente em pesquisas sociais, pode ser
realizada em grupos pequenos e não requer aplicação de técnicas de massa para
coleta de dados, é recomendável em fases de investigação sobre temas complexos
e construção de hipóteses (Gil, 2002).
A amostra do estudo é do tipo
intencional na qual o pesquisador usa o seu julgamento para selecionar os
membros da população que são boas fontes de informação precisa (Minayo, 2000).
Portanto, a amostra é
constituída por 15 (quinze) dançarinos que assinaram o termo de consentimento
livre e esclarecido, a inclusão foi tratada por dançarinos matriculados no
período da coleta e por questão de ética foram tratados pelas siglas D1 A D15
significando, portanto dançarino e o respectivo número.
O instrumento de coleta foi um
questionário com 2 (duas) perguntas abertas e 1(uma) fechada, validado por três
professores da instituição Unesc. Coletada no período de 10 de outubro à 01 de
novembro em encontros da Cia, como ensaios, treinos e apresentações, onde o
pesquisador permaneceu in loco durante todo o preenchimento do
questionário, para que fosse solucionada as possíveis dúvidas dos pesquisados.
Os dados coletados foram
tratados pelo método de categoria de análise, pois segundo Minayo (2000, p. 70)
“As categorias são empregadas para se estabelecer classificações. Nesse
sentido, trabalhar com elas significa agrupar elementos, idéias ou expressões
em torno de um conceito capaz de abranger tudo isso”.
Análise
de dados
O objetivo geral deste estudo
foi: Identificar a influência do conteúdo dança no ambiente escolar na
prática cotidiana dos integrantes da Cia Unesc. Os sujeitos da pesquisa foram 8
(oito) dançarinos com média etária de 25,5 anos e 7 (sete) dançarinas com média
etária de 24,7 anos. Sendo que a faixa etária do total dos sujeitos se deu entre
20 e 35 anos.
A Companhia de Dança UNESC –
criada via Resolução nº 30/2012/Reitoria, de 9 de novembro de 2012 - está
ligado ao setor Arte e Cultura, sob a orientação dos Coreógrafos Maxwell
Sandeer Flor e Viviane Candiotto.
Segundo entrevista datada do dia
10 de novembro de 2015, Maxwell Sandeer Flor coordenador da Companhia de Dança
Unesc relata que atualmente a Cia Unesc é composta por 18 dançarinos, entre
eles, acadêmicos da Universidade e a comunidade em geral e que a atualização
dos integrantes é realizada em relatório anual do grupo, no mês de dezembro.
A Cia Unesc realiza
apresentações internas e externas, conforme agendamento prévio. Participam de
espetáculos, apresentações em eventos tradicionais de Criciúma e região, em
diversos momentos, além de aberturas de encontros/seminários/ciclos da
Universidade (Unesc).
Sobre a
identificação do conteúdo dança na Educação Básica
A amostra pesquisada apresenta
09 (nove) integrantes que responderam ter vivenciado a dança na Educação
Básica. Dentre esses nove sujeitos, 03 (três) integrantes tiveram dança na
disciplina de Educação Física, 02 (dois) tiveram dança nas disciplinas de Artes
e Educação Física, apenas 01 (um) em oficinas extracurriculares, 03 (três)
identificaram suas vivencias em outros momentos como eventos de dança e escolas
particulares de dança.
Entre os sujeitos da amostra 06
(seis) deles afirmaram que não tiveram dança na sua vida escolar.
Esse alto número de sujeitos que
não relataram dança em sua vida escolar, nos remete a importância de lembrarmos
que a dança, tanto nas disciplinas de Educação Física, como na de Artes, já
fazem parte do contexto dos Parâmetros Curriculares Nacionais desde 1997,
tornando-se mais uma prática da cultura corporal a ser desenvolvida de forma
interdisciplinar na escola. (Brasil, 1997).
As
considerações dos dançarinos quanto as suas experiências com o conteúdo de
dança no período da Educação Básica
Dentre os 09 (nove) sujeitos que
tiveram o conteúdo dança na educação básica (Artes, Educação Física e Oficinas
Extracurriculares), 07 (sete) relataram ter vivenciado experiências
significativas. Entre os 07 (sete) sujeitos, 05 (cinco) relataram aprendizado
em diversos estilos como: Ballet, Hip hop, Jazz e Contemporâneo, também
coreografias temáticas, técnicas, historicidade, expressões corporais e ensaios
coreográficos.
O aprendizado em habilidades
específicas através da dança, facultam às crianças a transição de experiências
corporais para estimular a cognição e afetividade. Durante toda a vida o
indivíduo carregará consigo uma percepção corporal que irá influenciar a visão
que tem de si mesmo. (Nanni, 1993).
O praticante D9 compreende que
em sua Educação Básica, não obteve nenhum conteúdo sobre a dança. Porém
vivenciou a dança na escola por meio de uma coreografia criada pelos próprios
alunos. O mesmo afirma que: “não houve aula de dança, os próprios alunos
criaram e apresentaram a dança, sem a participação de nenhum professor”.
Pode-se afirmar que é rara a
presença da dança no ambiente escolar a partir das assertivas mencionada pelo
D9. Conforme Strazzacappa (2001) entre todas as mazelas e dificuldades, na
maioria das vezes essa realidade se deve ao despreparo do professor para lecionar
a dança na escola.
As tradicionais danças de datas
comemorativas são citadas por 04 (quatro) dentre os 07 (sete) sujeitos que
relataram ter experiências significativas com a dança. Os integrantes citam
essas experiências como: apresentações na escola, em festividades da
comunidade, festas juninas, ensaios de quadrilhas, danças tradicionais e
criativas para apresentações nas festas de família. O integrante D8 afirma que:
“a dança quase nunca era presente, somente em eventos de festas juninas. Nenhum
professor abordou a dança como conteúdo”.
Percebe-se que mesmo sendo
grande o leque de possibilidades em trabalhar a dança no ambiente escolar. ela
ainda permeia em momentos de quadrilha e nas “festinhas de fim-de-ano”
(Marques, 2007a).
Dentre os 06 (seis) sujeitos que
não tiveram o conteúdo dança na Educação Básica (Artes, Educação Física e
Oficinas Extracurriculares) três tiveram respostas curtas e negativas, tais
como: Nunca teve aula, experiência ou nada relacionado a dança na escola básica
onde estudaram.
Outros 03 (três) sujeitos
relataram que não tiveram a dança como conteúdo e sendo apresentada apenas como
quadrilhas em festas juninas, tal qual demonstra a fala de D14 “não tive, o
único momento que havia dança era na quadrilha, mas não participei”.
Novamente a dança como conteúdo
é negada aos discentes e se limita as apresentações em festividades escolares,
“as dancinhas”, coreografias elaboradas exclusivamente pelos professores a
serem incorporadas de forma “mecânica” pelos alunos, sem significado e tratado
de forma superficial. (Verderi, 2000)
A
influência das experiências em dança na Educação Básica para tomada de decisão
da prática cotidiana dessa linguagem da arte
Do total dos sujeitos
entrevistados, 06 (seis) integrantes responderam que o conteúdo de dança
ministrado em sua escola de educação básica influenciou a sua pratica de dança
na Cia Unesc. Na mesma proporção, 06 (seis) dançarinos entrevistados alegaram
que não tiveram experiências significativas, ou nenhuma experiência em dança na
escola básica que pudesse de alguma forma ter influenciado o mesmo a praticar a
dança. E 03 (três) responderam que o conteúdo dança em sua escola básica teve
sim um pouco de influencia sobre a sua pratica cotidiana de dança na Cia Unesc.
Dos 06 (seis) sujeitos que
responderam sim em suas opiniões críticas, 05 (cinco) afirmam uma influência
indireta do conteúdo dança na sua formação Básica, em relação a sua escolha
pela pratica de dança na Cia, como fica explícito na fala do integrante D7: “por
mais simples que tenha sido as aulas de dança na escola, esta experiência me
mostrou como é importante vivenciar estes momentos”.
E o sujeito D2 relata influencia
direta com relação à ingressar na Companhia de Dança Unesc: “sim, pois a professora
me indicou a participar da Cia, sempre me incentivou a procurar novas
experiências”.
Verderi (2009) afirma que o
professor é aquele que cria condições para o processamento das atividades do
aluno, é aquele que busca condições para o seu pleno desenvolvimento. Que nessa
relação, o professor também possa aperfeiçoar os conhecimentos já trazidos
pelos alunos e, a partir daí, subsidiar novas formas de conhecimento mais
complexas.
Dos 06 (seis) sujeitos que
responderam que não, 05 (cinco) alegaram que suas vivencias e experiências
partiram de fora da escola básica, por meio de escolas privadas de dança,
projetos sociais, eventos de dança e influencia direta da família ou da mídia.
Entende-se que suas formações e
experiências em dança não foram apresentadas pela escola, e foram atribuídas de
forma sistemática à formação de dançarino e não de sujeito social pela escola.
[...] mesmo que sejam as danças
da mídia ou os repertórios pré-fixados das danças brasileiras, urgem por
reconstrução, releitura e transformação para que a escola cumpra seu papel no
projeto social a que se propõe [...] (Marques, 2008, p.50).
Compreende-se que essa formação
sistemática é de grande valia para o conhecimento do corpo, sensações e ao
interesse dos sujeitos para com a prática cotidiana da dança em uma Companhia
de dança. Pois quando o dançarino aprende e aprimora o domínio técnico,
desperta sensações de segurança prazer e liberdade. (Neves, 2013).
O praticante D5 respondera que
teve o conteúdo dança na Educação Básica, porem compreende que o mesmo não foi
significativo para sua prática atual de dança na Cia Unesc: “as aulas de
dança escolares eram breves, pouco aprofundadas e o orientador não procedia de
forma estimuladora a aula”.
Marques (2007b) propõe que o
ensino da dança seja desafiador para a sensisibilização e promoção de um olhar
estético. Para tanto o professor precisará realizar uma função também de
interlocutor entre a arte e o processo de construção de um movimento expressivo
e criativo. Para tanto, estimular não somente a prática corporal, como o olhar
sobre a prática pé fundamental para o desenvolvimento da dança na educação.
Dos 03 (três) sujeitos que
responderam um pouco, em suas opiniões críticas 02 (dois) relataram que tiveram
influência por meio de projetos sociais e oficinas extracurriculares, onde a
dança adentrava no ambiente escolar em contra turno com as aulas.
Percebe-se que o conteúdo dança
para esses 02 (dois) sujeitos aparece ministrada como conteúdo facultativo para
os alunos, sendo oferecida apenas em oficinas trabalhadas em contra turno com a
Educação Básica. Conteúdo que não partiu das disciplinas de Educação Física nem
de Artes, como é de direito do aluno segundo (LDB, 1996) e previsto nos (PCNs,
1997).
Segundo Barreto (2008, p. 119),
a dança esta inserida nos (PCNs) de Artes como Dança. E na Educação Física,
sendo trabalhadas no bloco de atividades rítmicas e expressivas, “dentre elas
estão as danças brasileiras, urbanas e eruditas, as danças e coreografias associadas
a manifestações musicais, brincadeiras de roda e ciranda”.
Dos Integrantes que reconheceram
pouca influencia em dança na Educação Básica, o integrante D6 afirma que a
influência para sua pratica de dança veio por um grupo fora dos portões da
escola: “tive um contato maior com a dança a partir da participação de um grupo
folclórico na minha cidade”
A falta do preparo dos
professores em ministrar a dança na escola se deve as instituições formadoras
dos profissionais a trabalharem nessa área. Pois na maioria dos casos os
professores não sabem o que, como ou até mesmo por que ensinar dança na escola.
(Marques, 2007a).
Conclusões
- Este estudo nos possibilitou afirmar uma real influência do conteúdo de dança no ambiente escolar em relação a pratica cotidiana em dança dos integrantes da Cia Unesc. A maior parte dos participantes entrevistados considerou de forma crítica a afirmação dessa pesquisa.
- Podemos desvelar através dos posicionamentos críticos da maioria dos participantes da Cia Unesc, que suas vivências em dança proporcionadas nas unidades de Educação Básica de ensino, teve influência direta ou indiretamente com relação a decisão da sua prática cotidiana de dança.
- A dança quando ministrada aos discentes nas unidades básicas de ensino, tem grande influência no papel social e cultural dos alunos, propiciando o interesse dessa forma de manifestação em arte para sua prática cotidiana de vida.
- Identificamos vivências significantes em dança na Educação Básica da maioria dos integrantes da Cia Unesc. Percebesse que o ambiente escolar desses sujeitos foi de grande valia para a formação de seus interesses pessoais a essa forma de arte.
- Que essa pesquisa possa contribuir nos acervos bibliográficos acadêmicos sobre o conteúdo Dança, e incentivar docentes interessados a ministrar a dança na escola de forma integral e não apenas em momentos de festividades escolar.
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Verderi, E.B. (2009). Dança na escola: uma
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Artigo
Publicado
Lecturas:
Educación Física y Deportes, Revista Digital. Buenos Aires, Año 21, Nº 222, Noviembre de 2016. http://www.efdeportes.com/
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