Não há como implementar políticas públicas,
projetos e ações culturais sem a utilização das ferramentas eficazes de
comunicação. As campanhas sociais em prol entidades em Criciúma, sempre é um
sucesso, e a imprensa exerce um papel fundamental para a sensibilização desta
causa.
Faz algum
tempo que nossa mídia vem rotulando os fazedores de cultura da cidade com o
termo “culturete”, principalmente depois da demissão do Sergio Zappelini (ex-presidente
da Fundação Cultural de Criciúma). Depois deste acontecimento no final de 2018,
os requerimentos dos vereadores, Júlio Kaminski e Ademir Honorato a respeito de
demandas culturais do município, voltaram à utilização deste rótulo. A chegada
do novo presidente da Fundação Cultural de Criciúma, Júlio Lopes gera novas
expectativas no âmbito da comunicação.
Segundo o
dicionário informal “culturete” é a pessoa que gosta de tudo o que ninguém
conhece pelo simples fato de ninguém conhecer. Esse conceito não caracteriza, e
nem representa a pluralidade de pessoas que trabalham com a cultura, aliás,
esse adjetivo desqualifica os gestores culturais, e incluímos todos os representantes
de instituições sociais de Criciúma que dirigem, coordenam e supervisionam diretamente
atividades culturais. A definição ideológica desta palavra pejorativa contamina
o desafio primordial de que a cultura não é despesa, e sim investimento.
Segundo o ex-ministro da Cultura Sérgio Sá
Leitão (2018) a economia criativa corresponde a
2,64% do PIB Nacional e gera um milhão de empregos para
cerca de 200 mil empresas.
Acreditamos que o adjetivo “culturete”
está em ordem indireta, e não reflete a fala ou ações reais dos seus
interlocutores. O que é possível observar nesse embate é a presença do discurso
[raso] ao campo cultural, prevalecendo os rótulos direcionados ao âmbito
pessoal, enquanto a dimensão coletiva desta representação, como fica?
A frase da
música de Culturalize expressa o seguinte recorte: “Sem perguntas e nem
nomenclaturas, só a ação vai fazer com que a geração não permaneça em
standbay.” (Geração Sensimilla, Família ZL, Marone Falascha e Cal Will). Somos
trabalhadores, artistas, produtores, educadores, gestores, professores, diretores,
investidores, agentes culturais [...] Somos muitos!
Maxwell
Sandeer Flor
Presidente da ASDC
Produtor
Cultural e Conselheiro Estadual de Cultura
Jornal: A Tribuna - página 02 - 12/03/2019
Jornal: A Tribuna - página 02 - 12/03/2019
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